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A Terceira Dobra do Casamento Cristão

Terceira Dobra do casamento Cristão

Palavra

 

A TERCEIRA DOBRA DO CASAMENTO CRISTÃO

     A Bíblia diz que Deus usa a mulher prudente para edificar o bom casamento (Pv 14.1). A prudência está ligada a sabedoria, discernimento e cautela que Ele nos dá se a buscarmos (Tg 1.5). Sem a Terceira dobra, somos como uma mulher tola que ao invés de edificar, demole, derruba através de ações precipitadas, impensadas. O bom pedreiro constrói uma casa sobre um firme alicerce. Sobre o que ou em quem colocamos as nossas expectativas?

O salmista afirma que se não for o Senhor o construtor “em vão trabalham os que a edificam”. Em vão é o mesmo que inutilmente, sem futuro. Deus vê todos os detalhes, não se apega às aparências ou sentimentos, Ele vai ao âmago das coisas. Sem Deus construímos errado, torto, sem base sólida. Paulo afirma que Jesus Cristo é o “firme fundamento” (1Co 3.10) é sobre Ele que devemos construir nossa vida, casamento e família.

Ele estabeleceu normas, regras básicas que funcionam como paredes e cobertura (ex: 1Co 11.3) da vida conjugal e familiar (Gl 6.16; Ef 5.22-33). Além disso, a Sua presença é a maior garantia de que a casa não vai cair, mesmo em tempos de tempestade (Jo 2.1-5). Se a nossa vida estiver baseada na experiência do novo nascimento e se seguirmos fielmente as regras que Deus estabeleceu em sua Palavra não precisaremos temer o futuro.

Como é que Deus constrói a nossa casa? Jesus é a nossa referência ou modelo para tudo e a única coisa que precisamos fazer é nos espelhar Nele, em sua forma de ver, sentir, reagir, falar, pensar se comportar de uma maneira geral (Rm 8.29; 1Jo 2.6). Não há lei contra o amor, paciência, perdão, tolerância (Gl 5.22, 23). Mas Jesus afirmou que o divórcio normalmente ocorre por causa da “dureza de coração” (Mt 19.8). Portanto Deus é o padrão!

É A TERCEIRA DOBRA QUE PROTEGE O BOM CASAMENTO;

Na continuidade do texto o salmista afirma: “... se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Sl 127.1b). Além de ser o pedreiro, Deus também é o nosso legitimo protetor. Há muitos perigos que rondam nossa família e vida conjugal. O mundo com suas idéias anti-bíblicas (ex: sexo livre, aborto), a carne com suas paixões infames (obras da carne) e o diabo que oprime.

Uma “cidade” é o ajuntamento de várias casas. No caso em estudo “casa” é sinônimo da vida humana, da família. Então marido, esposa e filhos carecem da proteção divina para se manterem íntegros, saudáveis e abençoados. O texto enfatiza a verdade de que sem Deus “em vão vigia a sentinela”. O diabo respondeu para Deus que se Ele não tivesse construído uma “cerca” em volta de Jó e sua família (Jó 1.10) ele já os teria destruído completamente.

Sem a Terceira dobra somos frágeis diante das tempestades e perigos da vida. A Bíblia diz que Deus não dorme nem cochila: “É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel” (Sl 121.4), por isso Ele está sempre atento e é capaz de nos guardar e proteger de todo mal (Sl 121.7) e em todo tempo. Sem Deus estamos à mercê das circunstâncias, e corremos sérios ricos.

Que tipo de perigos cerca os casais e famílias de hoje? Violência doméstica, ativismo (ex: falta de tempo para desenvolver relacionamentos entre os cônjuges e pais e filhos e, sobretudo com Deus), Internet e TV (ex: rouba o tempo do diálogo), desestrutura familiar (ex: papeis invertidos), etc. Por essas e outras razões é que o Senhor, a Terceira dobra, é imprescindível para nos proteger em nosso casamento e família.

É A TERCEIRA DOBRA QUE MANTÉM O BOM CASAMENTO.

Por fim o salmista afirma o seguinte: “... o Senhor concede sustento aos seus amados enquanto dormem” (Sl 127.2 - NVI). Daqui extraímos o conceito de que Deus “trabalha no turno da noite”. Deus também pode e quer ser a nossa constante fonte de provisão. Um dos nomes hebraicos de Deus é “Jeová Jiré” que significa o Senhor cuidará ou providenciará (Gn 22.2, 13, 14).

A Bíblia afirma que sem a benção de Deus é “inútil (...) levantar de madrugada, repousar tarde” (Sl 127.2 a). Deus não é contra o trabalho honesto ou árduo, é contra o excesso de trabalho. Deus não é a favor do individuo que vê no trabalho excessivo a única forma de garantir subsistência ou crescimento material (Dt 8.17, 18). Que sacrifica a saúde, o casamento e família e a obra de Deus em detrimento do trabalho. Para este o “pão é penoso ou de dores” de fato.

A expressão “Deus trabalha para aquele que nele espera” (Is 64.4) é verdadeira também neste caso. Esperar em Deus é o mesmo que confiar Nele, em suas promessas e mandamentos. Essa confiança se mostra na obediência à mordomia do dinheiro (Ml 3.10). Deus sabe que precisamos de dinheiro, mas Ele determina princípios para nos suprir abundantemente (Mt 6.33).

Quando o Senhor tirou o povo de Israel do Egito, fez uma espécie de “transferência de riquezas” dos egípcios para os israelitas (Êx 3.21, 22; 12.35, 36). Ele é o dono do ouro e da prata diz o profeta (Ag 2.8) e faz a distribuição dessas riquezas (Sl 24.1), por critérios estabelecidos em sua Palavra e por sua absoluta soberania. Uma desses é depender e descansar Nele por fé (“enquanto dormem” – Sl 37.4).

O texto diz que Deus “concede o sustento aos seus amados”. Mas afinal quem são os amados do Senhor? A Bíblia diz que muitos são chamados e poucos escolhidos (Mt 22.14), e podemos crer que os escolhidos são aqueles que se destacam entre os chamados. Do mesmo modo, os amados do Senhor são os crentes obedientes (Jo 14.21-23), que o ama de fato e de verdade, mostrando isso por meio da obediência a sua Palavra (1Jo 3.17).

Ao criar a mulher para Adão Deus estava com isso instituindo o casamento (Gn 5.2). Naquele ambiente puro, incontaminado o Senhor estava ativamente presente com o primeiro casal a fim de edificá-los, protegê-los e supri-los de tudo que precisassem. Em Cristo isso tem lugar novamente, mas precisamos convidá-lo a assumir o comando das nossas vidas e casamento. Portanto, aquilo  que construirmos com Deus, será protegido, mantido e crescerá, pois Ele é quem nos sustenta e prospera.

OBEDIËNCIA NA FAMÍLIA

Tudo que Deus criou é bom (Gn 1.31), mas teve apenas uma coisa que não ficou bom segundo a Sua opinião, que o homem vivesse só (Gn 2.18), por essa razão o Senhor também criou a mulher e com isso nasceu a família (Gn 2.22-24). Portanto somos seres sociáveis, criados para viver em comunidade, e é justamente no seio da família que nos expressamos melhor (Gn 5.2). Mas a família vive uma crise sem precedentes nesse começo de século e cremos que precisa desesperadamente de restauração (Ml 4.6; Lc 1.17).

Segundo o salmista a família bem estruturada tem Deus como seu legitimo: “pedreiro, vigilante e provedor” (Sl 127.1, 2). Em outras palavras Deus além de ter projetado, também quer ser o construtor, o protetor (v. 1), e o mantenedor da família que segue as suas leis (Gl 6.16). O Senhor governa o nosso lar se fizermos dos mandamentos que Ele estabeleceu em sua Palavra, para o relacionamento marido e mulher, pais e filhos, um estilo de vida (Ef 5.22-33). Portanto, o lar abençoado é aquele em que os filhos são submissos aos pais, a esposa é submissa ao marido e o marido é submisso a Cristo.

OBEDIËNCIA DA MULHER AO PAPEL DE ESPOSA;

No texto que escolhemos para basear os deveres da família, figura em primeiro plano o seguinte mandamento para a mulher cristã: “Esposas, sede submissas ao próprio marido, como convém no Senhor” (Cl 3.18). Ser submissa significa respeitar a liderança do marido no lar (Ef 5.33). Reconhecer que Deus o colocou como cabeça (1Co 11.3) e desta forma estar ao lado dele para ajudá-lo na construção da vida em família.

Costumamos dizer que a mulher sábia (Pv 14.1) é o “pescoço” do seu marido, ou seja, a base de sustentação dele. Ele decide as coisas dentro do lar, mas ela fornece as condições básicas para que essas decisões sejam viabilizadas. A mulher é uma ajudadora na excelência da palavra (Gn 2.18), que veio para completar ou preencher certas carências do homem (Gn 5.2). Podemos dizer que os dois são uma espécie de dupla perfeita e no casamento ambos mandam, mas ele deve sempre ser o coordenador. (Gn 3.16).

Desempenhando o seu papel de auxiliadora idônea a mulher se realiza plenamente, pois a raiz da palavra submissão tem o sentido de estar “debaixo de”, como o alicerce está para uma construção. Muitos lares estão aos frangalhos em razão da inversão de papeis, por exemplo, da mulher que não quer se encaixar na função de auxiliadora (Gn 2.18; 3.16) e decide desrespeitar a cadeia de comando estabelecida por Deus (1Co 11.3). Isto é uma advertência para mulheres geniosas.

A esposa amada pelo marido responde bem à função de submissão, mas essa não deve ser a razão para a sua obediência ao seu papel na relação, pois a Bíblia diz que elas devem submeter-se ao marido “como convém no Senhor” (Cl 3.18), ou como a “igreja está sujeita a Cristo” (Ef 5.24). Isto quer dizer que a sua submissão é feita de modo incondicional. Mulheres cristãs casadas com homens não crentes também devem ser submissas, pois de acordo com Pedro essa é uma boa forma de ganhá-los para Cristo (1Pe 3.1).

OBEDIËNCIA DO HOMEM AO PAPEL DE MARIDO;

Na seqüência do texto Paulo determina o seguinte para o esposo cristão: “Maridos, amai vossa esposa e não a trateis com amargura” (Cl 3.19). O dever do homem cristão casado não é menos importante que o de sua esposa, é apenas diferente. Ele precisa amá-la de modo sacrificial, exatamente como Cristo amou a Igreja (Ef 5.25). Esse “sacrifício” está ligado a todo tipo de “investimento” que deve ser feito para que ela se sinta amada (ex: tempo, afeto).

Segundo Paulo, há pelo menos dois verbos que o marido precisa “conjugar” que revela se de fato está amando sua esposa; vejamos: “Porque ninguém jamais odiou a sua própria carne; antes, a alimenta e dela cuida...” (Ef 5.29). Alimentar tem o sentido de atender necessidades e cuidar significa ao pé da letra “manter aquecido” ou estar atento a todas as outras coisas dentro do lar a fim de mantê-las sempre em ordem.

A intimidade sexual do casal pode ser prejudicada, sobretudo com relação à esposa, se as outras áreas do casamento não estiverem bem. A mulher não consegue desassociar os problemas da família (ex: filhos encrencados; excesso de dividas, doenças etc.) com o momento intimo do casal. Isso quer dizer que o marido (que se esforça para ser bom amante), também se empenha ou participa ativamente para resolver os problemas familiares, com paciência, oração, diálogo e muito amor.

De acordo com o texto base o marido que ama a sua esposa não deve tratá-la “com amargura” (Cl 3.19). Ser amargo é o mesmo que ser tirano ou grosseiro. Exercer a liderança na relação com rigor excessivo, como se estivesse no Exército (ex: liderança coercitiva) pode estar em vista. Será que é assim que Deus nos trata? Maridos mal humorados tendem a ser amargos e inconscientemente vêem sua mulher como uma serva e não esposa amada. Portanto, o marido obediente deve ser gentil e cuidadoso com sua cara metade.

OBEDIËNCIA DOS FILHOS AOS PAIS.

O dever dos filhos em relação aos pais é descrito como segue: “Filhos, em tudo obedecei a vossos pais; pois fazê-lo é grato diante do Senhor” (Cl 3.20). O mesmo mandamento em Efésios traz o seguinte: “Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra” (Ef 6.1-3). Honrar, dignificar se manifesta principalmente por meio de atitudes concretas de obediência e apoio, que revela nosso amor e consideração a quem nos gerou e cuidou.

A Bíblia diz que se um cristão “... não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (1Tm 5.8). Os filhos também devem honrar seus pais quando eles ficarem idosos. Farão isso suportando e amparando-os nas enfermidades, de forma que, na medida do possível, todas as necessidades materiais e afetivas deles sejam atendidas (1Tm 5.4). Mas isso deve ser encarado como privilégio e não peso.

Os filhos precisam se submeter quando forem corrigidos por seus pais. A obediência é devida nas coisas corretas, justas, e que está de acordo com a Lei de Deus e dos homens. Às vezes as suas ordens não são tão agradáveis ou fáceis de cumprir (Jr 35.6), mas sem dúvida essa obediência “agrada ao Senhor” (NVI). Quem assim procede será recompensado por Deus com uma vida longa na terra (Dt 5.16).

Deus criou as regras para nos proteger e abençoar (Jó 1.10; Gl 6.16), e por meio delas a ordem e o crescimento se estabelecem, primeiro na família, depois na igreja e por fim na sociedade de um modo geral. Filhos obedientes serão bons maridos e pais e, por conseguinte, bons cidadãos. Assim, é possível afirmarmos que o bem estar das crianças no futuro, depende em tudo da obediência delas no presente. Filhos desobedientes vivem pouco, porque se tornam delinqüentes, resistem a autoridade e quase sempre morrem prematuramente (ex: prisão).

OBEDIËNCIA DOS CÖNJUGES AO PAPEL DE PAIS.

Por fim, a Bíblia determina a seguinte regra para os pais cristãos: “Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados” (Cl 3.21). O segredo da obediência dos filhos está na sábia liderança dos pais, pois a Bíblia diz: “Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles” (Pv 22.6 – NVI). O mais perfeito ensino não é dado por meio de palavras, mas de exemplos.

Os pais precisam ser bons exemplos de cidadãos (ex: cumpre leis), de cristãos (ex: que amam a Deus na prática; oram, lêem a Bíblia) e outros, pois seus filhos observam mais o comportamento deles do que suas meras palavras. O cuidado dos pais também se mostra na forma de instruir ou disciplinar seus filhos e segundo a Bíblia não pode ser de maneira provocativa (Ef 6.4), que ridiculariza ou os “põe pra baixo”. Deve ser firme, mas com respeito e amor, e sem violência.

A Chave Lingüística do NT Grego traz o seguinte comentário do verbo desanimar contido no texto em estudo; vejamos: “perder a coragem, o ânimo, isto é ‘desempenhar suas tarefas de modo mecânico, frio, sem estar atento nelas, sem prazer em realizá-las’ (Lightfoot). ‘Uma criança irritada freqüentemente pela severidade ou injustiça dos pais, aos quais ela tem de se submeter de qualquer modo, adquire um temperamento resignado, que a levará ao desespero’ (Abbott)” (Edições Vida Nova; 1995; p. 431). Esta é sem dúvida uma forte razão de existir tantos jovens desanimados, drogados, perdidos em nossos dias.

A Bíblia Amplificada em inglês traz o texto em estudo, que traduzimos mais ou menos com as seguintes palavras: “Pais, não provoquem ou irritem ou aborreçam seus filhos [não sejam duros com eles ou moleste-os], para que não fiquem desanimados e mal humorados e melancólicos e se sintam inferiores e frustrados. [Não quebrem o espírito deles]” (Zondervan; 2008; p. 1805). Implicância em excesso também pode estar em vista aqui.

A família bem ajustada é como uma fábrica que trabalha em perfeita sincronia, pois o resultado ou o produto final será o bem estar de todos. A busca de “papeis alternativos”, obviamente longe das Escrituras, para a família dos dias atuais é o que tem produzido o caos. Por exemplo, os vergonhosos relacionamentos descartáveis, filhos rebeldes, cônjuges infiéis e violentos, inversão de papeis etc. O que precisa ser feito com urgência é um retorno ao modelo bíblico de família e, sobretudo, de obediência ao papel divino para cada membro da família em particular.

 

Em Busca da Costela Perdida      Um velho e acertado ditado traz a seguinte verdade: “antes só do que mal acompanhado”. Por outro lado a solidão também não é nada agradável, pois a Bíblia diz: “Não é bom que o homem esteja só...” (Gn 2.18). Por essa razão Deus criou o casamento, e segundo o registro de Genesis o casamento completa o ser humano (Gn 5.2). Definitivamente não fomos criados para o isolamento, pois Deus nos fez criaturas sociáveis, para vivermos em comunidade. Entretanto, todo homem possui dois tipos de solidão: 1. Vertical: que é a ausência de Deus no coração. Que termina quando abrimos o coração para receber a Jesus Cristo como Senhor e Salvador pessoal (Jo 14.23); 2. Horizontal: que é a ausência de alguém que nos corresponda ou complete (Gn 2.18; 5.2; 1Co 7.39). Nascemos, crescemos e um dia precisamos compartilhar a nossa vida com outra pessoa (Ct 2.16), e quando atingimos esta fase da vida somos tomados de algumas preocupações ou inquietações. Quando é a hora de dizer “sim” para o matrimônio? Como se preparar para esse dia? O que de fato significa estar casado do ponto de vista da Palavra de Deus?

COM QUEM DEVO ME CASAR?     

Poucos jovens possuem o dom da “continência” ou do celibato, que é citado na Bíblia em 1Co 7.7-9. Paulo aconselha que se o jovem “não se domina” que se case, pois é melhor casar do que viver excitado sexualmente (1Co 7.9). Esse dom é de fato muito raro, pois o plano de Deus consiste em que os homens se casem e se multipliquem (Gn 1.28).

A Bíblia fala de alguns jovens sábios (ex: José, Daniel, Jeremias etc.) e de outros tolos. O que de fato determina se somos ou não sábio, são as escolhas que fazemos na vida. Esaú, por exemplo, fez péssimas escolhas em razão de buscar uma satisfação imediata (do aqui e agora), ou sem se importar com o futuro. Então abriu mão da sua herança (ex: por um prato de lentilhas) e selou o seu futuro casando-se com uma mulher Cananéia ou pagã (Gn 36.2), contrariando seus pais e, sobretudo a Deus (1Rs 11.1, 2; 2Co 6.14).

Está escrito que: “A casa e os bens vêm como herança dos pais, mas do Senhor, a esposa prudente” (Pv 19.14). Quando Deus criou Eva a Bíblia diz que Ele a levou para Adão (Gn 2.22). Isso significa dizer que se o jovem cristão buscar em Deus, sem dúvida irá encontrar a pessoa que vai lhe completar, pois Ele tem o melhor para cada um de nós. Fora da Sua orientação corremos perigo de contrair um mau casamento (Salmo 127.1).

O que fazer para encontrar a “costela perdida”? De fato a “costela” se perdeu na rebeldia de Adão e Eva, quando decidiram agir por conta própria desobedecendo a ordem de Deus de não comer o fruto proibido (Gn 3.3). Isso significa dizer que sem a “revelação” de Deus não conseguiremos acertar (veja um exemplo desse fato em Gn 24.14-27). De maneira geral podemos dizer que há pelo menos três pontos básicos para não errarmos na hora de escolhermos nosso cônjuge: 1. O testemunho do Espírito Santo (Rm 8.16). Deus quer participar de todas as nossas decisões, e se permitirmos isso dificilmente erraremos. Deus conhece-nos por inteiro (espírito, alma e corpo) e não se prende ao que é aparente, portanto, se orarmos com sinceridade Ele irá nos responder. Uma resposta positiva será acompanhada de paz e alegria (Rm 14.17), mas se persistir a dúvida isso equivale a um não (Rm 14.22, 23)

O segundo ponto é: 2. Alguém com a mesma identidade espiritual (1Co 7.39). Deus quer dar alguém que seja de fato idôneo, adequado, que vai suprir plenamente o que falta, por essa razão, o jovem cristão não pode se prender a um “jugo desigual com um incrédulo (2Co 6.14). No original hebraico o termo “idôneo” (Gn 2.18) traz a idéia de um relacionamento de complementaridade. Isso quer dizer que tudo vai se encaixar perfeitamente.

Por fim, a terceira regra diz o seguinte: 3. Torne-se a pessoa certa (Mt 7.12). Aqui se aplica a famosa regra de ouro do Cristianismo, ou seja, que devemos ser o padrão ou modelo do que buscamos no outro. Se desejarmos casar com alguém que seja espiritual, comprometido com Deus e sua obra, então é isso que devemos procurar ser. Portanto, o casamento feliz, bem ajustado é a combinação de três pontos básicos: o testemunho do Espírito Santo, a obediência ao mandamento bíblico e a manutenção de uma vida que corresponda ao nosso ideal.  

DEUS É O IDEALIZADOR E CONSTRUTOR DO BOM CASAMENTO

Salomão descreve as vantagens do companheirismo na jornada da vida, quando afirma quatro vezes que é melhor ser dois do que um (Ec 4.9-12). No final do texto ele insere uma terceira pessoa, que dentro da visão do casamento, além de marido e mulher, Deus deve ser o companheiro inseparável do casal.

O Senhor Jesus é a “terceira dobra” do laço ou da aliança conjugal (Ml 2.14). Se for assim, não precisaremos de melhor aliado na batalha da vida e na construção do bom casamento. Neste caso, é bem melhor “ser três do que dois”. No salmo 127.1 e 2 o autor aponta três imprescindíveis ações divinas para o casamento que dá certo. Vejamos na seqüência cada uma delas.

O salmista inicia afirmando: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam...” (Sl 127.1a). A palavra “casa” nesta passagem é um termo alargado para a nossa vida (Lc 6.46-49), e também para a nossa família e ou casamento. O verbo edificar significa construir, levantar, estruturar. Deus além de ser o idealizador (projetista) também é o pedreiro do bom e duradouro casamento. Neste caso só precisamos ser seu fiel “servente de pedreiro”.

Como é que Deus constrói o nosso casamento? Jesus é a nossa referência ou modelo para tudo (1Co 3.10) e a única coisa que precisamos fazer é nos espelhar Nele, em sua forma de ver, sentir, reagir, falar, pensar se comportar de uma maneira geral (Rm 8.29; 1Jo 2.6). Não há lei contra o amor, paciência, perdão, tolerância (Gl 5.22, 23). Mas Jesus afirmou que o divórcio normalmente ocorre por causa da “dureza de coração” (Mt 19.8). Portanto Deus é o padrão e sem Ele é impossível obtermos um bom casamento!

Deus estabeleceu normas, regras básicas que funcionam como paredes e cobertura (ex: 1Co 11.3) da vida conjugal e familiar (Gl 6.16; Ef 5.22-33). Além disso, a Sua presença é a maior garantia de que a casa não vai cair, mesmo em tempos de dificuldade (Jo 2.1-5). Se a nossa vida estiver baseada na experiência do novo nascimento e se seguirmos fielmente as regras que Deus estabeleceu em sua Palavra não precisaremos temer o futuro. Em razão disso podemos afirmar que um casamento de verdade é coisa séria e ele precisa ser “redescoberto” com urgência pela geração atual.

Na continuidade do texto o salmista afirma: “... se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Sl 127.1b). Além de ser o pedreiro, Deus também é o nosso legitimo protetor. Há muitos perigos que rondam nossa família e vida conjugal. O mundo com suas idéias anti-bíblicas (ex: sexo livre, aborto), a carne com suas paixões infames (obras da carne) e o diabo que oprime.

Uma “cidade” é o ajuntamento de várias casas. No caso em estudo “casa” é sinônimo da vida humana, da família ou casamento. Então marido, esposa e filhos carecem da proteção divina para se manterem íntegros, saudáveis e abençoados. O texto enfatiza a verdade de que sem Deus “em vão vigia a sentinela”. O diabo respondeu para Deus que se Ele não tivesse construído uma “cerca” em volta de Jó e sua família (Jó 1.10) ele já os teria destruído completamente.

Sem Deus somos frágeis diante das tempestades e perigos da vida (Lc 6.46-49). A Bíblia diz que Deus não dorme nem cochila: “É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel” (Sl 121.4), por isso Ele está sempre atento e é capaz de nos guardar e proteger de todo mal (Sl 121.7) e em todo tempo. Sem Deus estamos à mercê das circunstâncias, e corremos sérios ricos.

Que tipo de perigos os casais e famílias de hoje estão expostos? Violência doméstica, ativismo (ex: falta de tempo para desenvolver relacionamentos entre os cônjuges e pais e filhos e, sobretudo com Deus), Internet e TV (ex: rouba o tempo do diálogo; pornografia), desestrutura familiar (ex: papeis invertidos), etc. Por essas e outras razões é que o Senhor Jesus é imprescindível para nos proteger em nosso casamento e ou vida familiar.

Por fim o salmista afirma o seguinte: “... o Senhor concede sustento aos seus amados enquanto dormem” (Sl 127.2 - NVI). Daqui extraímos o conceito de que Deus “trabalha no turno da noite”. Deus também pode e quer ser a nossa constante fonte de provisão. Um dos nomes hebraicos de Deus é “Jeová Jiré” que significa o Senhor cuidará ou providenciará (Gn 22.2, 13, 14).

A Bíblia afirma que sem a benção de Deus é “inútil (...) levantar de madrugada, repousar tarde” (Sl 127.2 a). Deus não é contra o trabalho honesto ou árduo, é contra o excesso de trabalho. Deus não é a favor do indivíduo que vê no trabalho excessivo a única forma de garantir subsistência ou crescimento material (Dt 8.17, 18). Que sacrifica a saúde, o casamento e família e a obra de Deus em detrimento do trabalho. Para este o “pão é penoso ou de dores” de fato.

A expressão “Deus trabalha para aquele que nele espera” (Is 64.4) é verdadeira também neste caso. Esperar em Deus é o mesmo que confiar Nele, em suas promessas e mandamentos. Essa confiança se mostra na obediência à mordomia do dinheiro (Ml 3.10). Deus sabe que precisamos de dinheiro, mas Ele determina princípios para nos suprir abundantemente (Mt 6.33).

O texto diz que Deus “concede o sustento aos seus amados”. Mas afinal quem são os amados do Senhor? A Bíblia diz que muitos são chamados e poucos escolhidos (Mt 22.14), e podemos crer que os escolhidos são aqueles que se destacam entre os chamados. Do mesmo modo, os amados do Senhor são os crentes obedientes (Jo 14.21-23), que o ama de fato e de verdade, mostrando isso por meio da obediência a sua Palavra (1Jo 3.17).

Portanto, ao criar a mulher para Adão, Deus estava com isso instituindo o casamento (Gn 5.2). Naquele ambiente puro, incontaminado o Senhor estava ativamente presente com o primeiro casal a fim de edificá-los, protegê-los e supri-los de tudo que precisassem. Em Cristo isso tem lugar novamente, mas precisamos convidá-lo a assumir o comando das nossas vidas para que sejamos bem sucedidos em todas as áreas, sobretudo no casamento. Assim sendo, aquilo que construirmos com Deus, será protegido, mantido e crescerá, pois Ele é quem nos sustenta e prospera.__________________________

Ely Gonçalves Lopes

Teólogo

Presidente das Igrejas Assembléia de Deus do Vale do Aço

Região: Metropolitana do Vale do Aço Ipatinga Minas Gerais

e-mail.elyglopes@hotmail.com                                                                   e-mail.atendimentonabi@escoladeteologianabi.com

 

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